Pense bem! você não precisa de 1 milhão de euros para ser feliz nem tão pouco de um salário milionário. Basta gerir eficientemente o seu dinheiro.
Ao invés disso, você necessita de segurança e de um sentimento de prosperidade aliado a uma alocação inteligente e eficiente dos seus rendimentos.
A forma como gere as suas finanças tem um impacto brutal na sua felicidade e autoestima, podendo despertar um sentimento de escassez que se agudiza em espiral. Ou um sentimento de abundância e fluidez que harmonize todas as restantes áreas da sua vida.
Teoricamente, já deve ter a maioria das respostas na sua mente, mas traduzi-las em ações concretas é bastante mais complicado. Há determinadas forças que nos mantém à deriva naquele limbo dos “devia”, “poderia” e afins, e no final do dia, nada muda e o dia de amanhã continua exatamente igual ao de ontem, cheio de frustração.
É tempo de abandonar a corrida dos ratos, abandonar a competição desenfreada e projetar no dinheiro todas as suas angústias e inseguranças. É tempo de fazer algo por si e pela sua família.
O mais importante não é o quanto você ganha, mas o que faz com o que ganha. Os media estão cheios destas histórias: atores, empresários, cantores e produtores que poderiam ter uma vida de sonho e estão completamente endividados e claramente, longe do sentimento de prosperidade que todos temos a obrigação e o dever moral de ter.
É bom ter muito dinheiro, mas você não quererá amealhá-lo para sempre. Eu prefiro comprar coisas, caso contrário é um pouco como guardar o sexo para a velhice”
Warren Buffet
3 passos para gerir o seu dinheiro
Como adepto do minimalismo e simplicidade, sugiro 3 simples passos que devem ser feitos em paralelo até que se possa focar em exclusivo ao último passo. Nessa altura, poderá alocar ainda melhor os seus rendimentos para criar o estilo de vida que você deseja.
A verdadeira sabedoria pertence àquele que sabe a teoria e a implementa na prática, caso contrário funciona apenas como conhecimento que nos massageia o ego e o intelecto.
Apesar de implementar os dois primeiros passos desde sempre, descurei o 3.º até há pouco tempo atrás e lamento profundamente que 15 anos se tenham passado até finalmente lhe dar uma oportunidade.
Deseja conhecimento ou sabedoria? O que fará com a fórmula seguinte, dará resposta a essa pergunta. Os 3 passos que poderão mudar a sua vida financeira são:
- Elimine as compras a crédito;
- Crie um fundo de segurança;
- Use o sistema das 6 jarras;
Passo 1: Elimine compras a crédito
Diga adeus ao seu cartão de crédito e outros créditos pessoais, sério. Porque insiste em continuar a pagar juros de 15% ou mais em Portugal e acima de 300% (não é erro!) no Brasil?
Tão depressa consiga liquidar estas despesas, mais cedo conseguirá criar a vida dos seus sonhos. O crédito à habitação, deverá ser a exceção, pois além de ser de montantes elevados é também o que tem proporcionalmente menos encargos com os juros mais baixos. Além disso, se se focasse a pagar todos os seus créditos em primeiro lugar, passavam-se 30 anos sem desfrutar da vida.
Siga as 3 regras para usar o cartão de crédito aqui.
Passo 2: Crie um fundo de segurança
A vida não é estável, o mundo não é estático e as situações a que temos de reagir estão sempre a atingir-nos. E não importa o que seja, algo virá. Pode ser o COVID-19, uma situação imprevista, o desemprego iminente ou uma doença súbita.
Se não puder trabalhar, quanto tempo aguenta sem que isso tenha um impacto desesperante em si ou na sua família?
Crie imunidade financeira que lhe permita subsistir durante 6 meses se por um ou outro motivo, não puder trazer dinheiro para casa. Se o seu agregado familiar tem despesas médias mensais de 1000 euros, crie um fundo de segurança de 6000 euros.
Não consegue? Crie um fundo para 1 mês. É certamente muito melhor do que não ter fundo algum. E se não puder alocar 100€ mensais para o fundo, aloque 10€, mas inicie o processo.
Imagine o sentimento de segurança de saber que ao vir uma eventualidade, estará mais confortável e não terá de se desfazer de bens a que dá valor.
Veja porqe nunca deve investir sem criar primeiro um fundo de segurança.
Passo 3: Use o sistema das 6 jarras
O processo aqui descrito é inspirado no sistema das 6 jarras popularizado por Harv Eker e acredito profundamente que lhe será extremamente útil. Não faça como eu que demorei 15 anos para o começar a implementar.
Podem ser 6 jarras, mas também podem ser 10. Adapte o sistema da forma mais conveniente para si, mas a minha recomendação é que não elimine nenhuma das “jarras” que mencionarei.. Não as desvalorize, há magia na sua implementação.
O processo é muito simples. Sempre que recebe rendimentos por exemplo, do seu salário, reparta imediatamente o montante total em 6 categorias diferentes aka jarras de acordo com uma certa proporção. A percentagem indicada é meramente informativa e poderá alterá-la de acordo com as suas preferências e necessidades.
As categorias ou jarras são as seguintes:
Despesas gerais (50%) – Aqui estão incluídas todas as suas despesas de sobrevivência tais como: despesas com a casa (água, gás, eletricidade, rendas), saúde, transporte (carro, transportes públicos), vestuário, comida, etc. Devem ser contempladas todos os encargos que não façam parte de nenhuma outra categoria.
Liberdade Financeira (10%) – Esta categoria está relacionada com investimento e deverá propiciar-lhe uma fonte de rendimento alternativa no futuro. Pode investir de acordo com o seu perfil i.e. depósitos a prazo, imobiliário, fundos, ETFs, ações etc.
Poupança de longo prazo (10%) – Está a pensar comprar um computador, carro, casa ou fazer aquela viagem de sonho? Pode usar esta categoria para efetuar as poupanças para compras planeadas.
Educação e Formação (10%) – O melhor investimento é geralmente feito na nossa formação e aprendizagem contínua, sendo que este processo não termina quando saímos da universidade. Aprenda mais sobre a sua ocupação e também sobre outras áreas de interesse. Invista em si, pois esse é o melhor investimento..
Diversão (10%) – Sim, esta é uma componente tão ou mais importante que as restantes e tende a ser incorretamente usada por dois tipos de pessoas: As que acham que não é importante e só pensam na acumulação de dinheiro e pelas outras, as que a usam em excesso, colocando aqui a grande fatia do seu rendimento.
Divirta-se e invista em algo que lhe traga felicidade. Recarregue as baterias para trabalhar mais eficientemente e com mais produtividade. Gaste tudo até ao final do mês, mas não mais que o que tem alocado.
Donativos (10%) – Dá e receberás, diz um dos livros mais antigos da história. Os grandes milionários são adeptos desta componente e muitos acreditam verdadeiramente que a generosidade foi a razão principal do seu sucesso. Dar faz-nos sentir mais integrados e faz também o beneficiário feliz. Aqui pode incluir todos os presentes para amigos e familiares mas também donativos a instituições ou outros.
Seja generoso e viva em abundância.
Notas:
- Ajuste as percentagens de acordo com as suas necessidades específicas. Eu, por exemplo, aloquei apenas 5% na categoria diversão, pois os meus hobbies são baratos. Além de ter feito outros ajustamentos, decidi também incrementar a categoria de liberdade financeira para 25%.
- Não descarte nenhuma destas categorias. Se acha que 10% é muito para donativos, use 5% ou mesmo 1% se for caso disso.
- O processo é mais importante que o montante. Não dê a desculpa que não ganha o suficiente e que mal tem dinheiro para as necessidades básicas. Use o sistema mesmo que tenha de ser radical e usar 95% para despesas gerais e 1% para cada uma das restantes categorias.
- Adicione outras categorias, se necessário. Pode ter necessidade de criar outras categorias para melhor gerir o seu dinheiro. Por exemplo, no caso de ter créditos pessoais com altas taxas de juro, pode criar uma categoria específica para tal. Quando pagar todo o empréstimo reajuste então as percentagens.
Pode também criar uma jarra que lhe permita poupar para incrementar o seu fundo de segurança até ao montante estabelecido por si.
Está preparado para revolucionar a sua relação com o dinheiro? Dê uma oportunidade a estas sugestões e diga-me o que pensa.
E que o dinheiro possa fluir livremente de si e para si.
Belo post Sérgio! Ainda para mais nesta altura, isto que tu disseste é tudo importante.
Por exemplo, quem tem um fundo de segurança/emergência, neste momento consegue aguentar melhor a situação.
Não conhecia a teoria das Jarras e, sinceramente, iniciei o meu blogue para acabar com as dívidas. E estou a pensar em ativar essa teoria para mim própria, já no próximo mês.
Já agora passa no meu blogue, ainda é recente e com pouco conteúdo mas foi originado muito graças ao teu blogue que gosto muito.
Olá Tânia,
É fantástico servir de inspiração para que coisas boas aconteçam 🙂
Parabéns pelo conteúdo inicial. Continue a adicionar mais artigos interesantes no seu blog em https://miss-investimentos.pt/