Meus dividendos mensais

Dividendos: Um caso de amor e ódio

Eu adoro dividendos… e também detesto dividendos, por todos os erros estúpidos que cometi no passado.


Eis alguns exemplos de empresas em que investi com o engodo dos dividendos altos:

  • Eurocommercial Properties (ECMPA.AS): 5 anos e a perder 35%.
  • Mapfre (MCP.MC): 6 anos e a perder 37%
  • Telefónica (TEF.MC): 6 anos e a perder 57%
  • ZIM: 1.5 anos e a perder 81%
  • SBLK: 1.5 anos e a perder 36%
  • LUMN: 6 anos e a perder 87%
    e a lista continua…

Não, o lucro em dividendos não está nem perto daquilo que estou a perder sobre o montante inicial investido.

Quase todas estas empresas pararam, pausaram ou podaram dividendos ao longo deste período. E cada um destes cortes adiou a minha liberdade financeira em alguns meses ou mesmo anos.

Os impostos pagos sobre os dividendos estão acima dos 28% à conta da dupla tributação. Em 2022 paguei o equivalente a 38%! E parte deste dinheiro não chegou sequer a entrar na minha conta.

O custo de oportunidade está demasiado alto, e para piorar, não posso vender. Estou agarrado a más decisões financeiras sem prazo de libertação à vista.

Charlie Munger sempre diz que, em vez de tentarmos ser mais inteligentes, é mais inteligente evitar a estupidez de forma consistente. O meu ego está verdadeiramente ferido!

Gosto de dividendos pela ilusão de ser bem-sucedido financeiramente e do fluxo financeiro positivo.
Parece que sou o capitão de um navio naufragado.

Detesto dividendos porque, quando comparo com um ETF S&P que replica o desempenho das 500 maiores empresas americanas, a diferença é gritante. Estou longe, tão longe, do que poderia ter com a simples estratégia de ‘comprar e esquecer’.

Mesmo com covid, conflitos territoriais, crises migratórias, e com o índice estabilizado ao longo dos últimos 2 anos, o crescimento do ETF (VUSA.AS) é de 60.53% (à data de hoje).
Isto equivale a uma taxa anual de juro composta bruta equivalente a 11%!! Enquanto isso, os dividendos brutos obtidos, não chega aos 3%.

Precisando do dinheiro, basta vender parte dos títulos deixando os demais a trabalhar para mim. É uma flexibilidade que, infelizmente, não experimento com os meus investimentos em dividendos.

O meu foco em dividendos está a dispersar-se, e ainda assim, este ano será provavelmente o mais rentável.
O próximo ano será de contracção.

As políticas americanas atuais assustam-me e o rumo da economia é uma incógnita. As eleições em 2024 serão determinantes para me proporcionarem paz de espírito. Mas ainda assim, continuarei a ‘investir e esquecer’, por mais algum tempo, consistentemente, um pouco todos os meses.

ETFs representam atualmente 27% da minha carteira de investimentos e espero elevar essa percentagem para, pelo menos, 50%. O objetivo? Aumentar a probabilidade de cometer 50% menos investimentos estúpidos.

Estes ETFs também distribuem dividendos. Este ano espero receber um total de 500€ antes de impostos, uma quantia que, embora não seja espetacular, ainda me permite desfrutar dos benefícios dos dividendos enquanto capitalizo o crescimento do ETF. Junta-se, assim, o útil ao agradável.

Isto não é uma recomendação! São apenas factos da minha realidade e a minha abordagem ao investimento. O que funciona para mim pode não ser o mais indicado para si. Encontre o que funciona para si.

Bons investimentos.

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Olá, chamo-me Sérgio e sou um apaixonado por investimentos e finanças pessoais. Espero partilhar algumas dicas e conhecimento para que possa alcançar mais rapidamente a sua independência financeira. Fique ligado e compartilhe também as suas ideias.

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